Mais uma soirée chez JD. Festa antecipada de Natal.
Perninhas de frango e tostas deliciosas, vinho tinto de Bordéus e whisky escocês. Uma árvore de Natal gigante "plantada" no centro da sala.
As personalidades mais diversas. O anfitrião, Contabilista franco-português, a anfitriã, Prof.ª Leila Buchman, oriunda de Chicago. Entre os convidados, jovem engº, loirinha sexy, chilena com novo contracto, parisiense aspirante a artista, homem com tendências, alguém entendida em relógios, locutora de uma famosa rádio nacional, jornalista da Presse Internationale e...Xavier.
Após uma discussão bastante agradável sobre a aceitação dos franceses aos estrangeiros no seio das empresas multinacionais com a distante e aparentemente snob menina da Presse, conversas paralelas entre o grupo, e várias horas de "Guess who u are" deparámo-nos com o final da noite.
Hora de dormir!
...
14h30! Tomo um duche rápido. Quero fugir à monotonia. Saio de casa sozinho. O meu roommate fica com o seu adorável primo.
É Natal e a downtown de Rouen está submersa, como qualquer outra downtown de qualquer outra cidade de qualquer outro país do mundo. Mas estou determinado! É a última hipótese de comprar algo local para a família. Tarefa árdua.
Passo a faculdade, o cruzamento enorme, a famosa Lavomatic.. Passeio pelas ruas antigas da cidade. Os prédios característicos. Recordam-me um estilo específico de casas que vi na Alemanha. Algo a que associo a tabernas medievais.
E lá estava ela. Logo a seguir à casa do Canadiano, o guitarrista. Não me dei conta da porta. Olhei de relance pela vitrine e apenas vi um quarto minúsculo. Dei 2 passos e voltei atrás. Espreitei!
3 raparigas conversavam e observavam atentamente algo exposto na parede. Tenho um impulso, dou um toque na porta e entro: "Bonjour!"
Ainda tentava perceber se havia entrado numa loja ou se estava por engano num recinto destinado a uma exposição de arte privada. Era surreal, mas bom. Sentia-me em casa.
Vi todas as pequenas obras de arte. Ñ sabia por onde escolher. Daí surgiu a simpática menina que "se encontrava de serviço". Falámos, falámos, falámos..
Resultado: 45min após entrada, saía pela porta duma casa pequenina, mas com enorme valor. 2 quadros e uma jarra embrulhadas dentro do saco de papel.
Sentia-me diferente. Tinha descoberto "Le Bólokal".
Uma associação de artistas em part-time. Grupo de jovens que sempre que há possibilidade, isolam-se do mundo e dedicam-se ao seu próprio estilo de arte. De todas as formas e feitios, o desafio passa por cada um deles criar a obra inspirando-se na sua visão.
Depois?! Vende-se e ganha-se uns trocos.. C´est la vie.
Talvez um dia "alguém" repare naquela loja pequenina, ao lado da casa do Canadiano, o guitarrista..